A Síndrome Mastite, Metritre e Agalaxia é uma patologia formada por: inflamação do úbere (mastite) e do sistema reprodutivo (metrite) que termina em ausência ou diminuição da liberação do leite (agalaxia ou hipogalaxia). Existem outras denominações mais específicas para essa síndrome, tais como: síndrome da hipogalactia puerperal (SHP), síndrome da disgalactia pós-parto (SDP) e síndrome da insuficiência lactacional.

A doença é mais comum nos períodos de temperatura mais alta, em maternidades com higiene deficiente, excesso de umidade, e normalmente em baias onde não se utiliza pisos ripados, e quase sempre em granjas onde não se pratica o sistema all-in all-out, e com vazio sanitário deficiente, e limpeza e desinfecção mal feitas. Os principais agentes causadores da MMA, são: Escherichia coli, Estreptococus b hemolítico, Estafilococus, Micoplasma, Klebsiellas.

Sintomas da Síndrome MMA

As metrites (infeção do útero), as mamites (infeção das glândulas mamarias) e as agalactias, retenção ou supressão da secreção de leite, podem surgir na porca parida, como ocorrências independentes umas das outras, mas normalmente observamos como agravante uma sintomatologia tríplice. Ou seja, as três reações costumam acontecer juntas.

Os sinais clínicos podem aparecer de 12 a 72 horas pós parto. Além de mastite, metrite e agalactia, os sinais clínicos incluem constipação, febre (acima de 39,9ºC), letargia, anorexia (1 a 2 dias), descargas vulvares não fisiológicas e glândulas mamárias edemaciadas. A perda de apetite é frequentemente o primeiro sinal perceptível, bem como inquietação durante a amamentação. Frequentemente, a baixa produção de leite e o baixo ganho de peso vivo dos leitões podem ser os únicos indicadores do problema.

A leitegada pode apresentar diarreia, enfraquecimento e desidratação. As perdas de leitões podem ocorrer de forma rápida, caso não haja ação, por inanição e esmagamento. Normalmente em dois ou três dias, eles apresentam uma hipotermia, ficam enfraquecidos, desidratados, apresentam-se com os pelos secos, arrepiados, desbarrigados, andam com dificuldade e se mantêm em pé, balançando; com as pernas abertas, tentando se equilibrarem e com o focinho apoiado no chão, com um grave quadro hipoglicêmico.

Tratamento da Síndrome de MMA

É muito importante a identificação precoce das fêmeas para estabelecer um tratamento visando proteger a lactação e, consequentemente, a vida dos leitões.

Pode ser aplicado um antibiótico de amplo espectro, eficaz contra as principais bactérias envolvidos no processo para eliminar a fonte primária da infecção. Um antibiótico muito indicado para esta situação é a marbofloxacina, devido a sua excelente sensibilidade, rápida absorção e biodisponibilidade, além de ser um medicamento de dose única, quando utilizado na dose de 8,0 mg/kg.

O uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), como a Flunixina (2,2 mg/Kg a cada 12 horas), também é indicado, pois reduz os efeitos de endotoxinas bacterianas. As ações antipirética, anti-inflamatória e analgésica dos AINEs reduzem as alterações mamárias, uterinas, cistite, edema e dor. Seu efeito é mais precoce e mais rápido que o dos antibióticos na hipertermia e no apetite, e favorecem o retorno à normalidade na ingestão de líquidos, o que permite manter a lactação de forma normal. A simples supressão da dor tem um efeito benéfico na perda subsequente da lactação.

A aplicação de 5-10 IU de oxitocina em intervalos de quatro a seis horas, injetado 2-3 vezes (dependendo da necessidade) ou preferencialmente, a carbetocina (50 μg/matriz) em dose única é importante para auxiliar na liberação do leite. Além disso, favorece as contrações do miométrio e peristaltismo intestinal.

Prevenção da Síndrome de MMA

A prevenção dos fatores que predispõem à SDP é o caminho ideal para minimizar os problemas. As ações que envolvem um programa de prevenção à SDP são aquelas recomendadas para um correto manejo da matriz e sua leitegada durante a fase em que permanecem na maternidade.

Devem ser realizados correta execução nas ações de limpeza e desinfecção das salas de maternidade, manejo todos dentro/todos fora e respeitado o período de vazio sanitário (mínimo de 72 horas).

Cuidados com as matrizes: fazer transferência das matrizes nos períodos mais frescos do dia, transferir no mínimo 4 a 5 dias antes do parto, lavar as matrizes antes da entrada na maternidade.

Cuidados ao parto: manter as matrizes em instalações higienizadas, reduzir a quantidade de ração fornecida às fêmeas até a data prevista do parto, atenção para palpações manuais, estabelecer critérios rígidos para decidir pela intervenção, realizar o procedimento com higiene (na matriz e no operador) e medicar via parenteral com antimicrobiano (por 2-3 dias).

Cuidados no pós-parto: aferir a temperatura corporal, principalmente de matrizes com maior predisposição a síndrome, acompanhar as mamadas e verificar se estão sendo realizadas corretamente, aumentar gradativamente a ração fornecida até ser dada ad libitum aos 5 dias.

Cuidados gerais: manter programas preventivos às infecções urinárias, controle efetivo da nutrição, manter uma adequada distribuição das matrizes do plantel de acordo com a ordem de parição, priorizar o descarte das matrizes identificadas com SDP.