O sistema de produção suína apresenta enormes desafios para todos os envolvidos, principalmente para os animais. Um dos desafios que tem chamado a atenção dos produtores é a claudicação.

A claudicação é um evento doloroso que indica dificuldade no andar do animal (coloquialmente chamada de manqueira) atingindo diretamente o bem-estar animal e, por consequência, o bolso do produtor. A doença é um motivo de descarte frequente em matrizes suínas, e estudos sugerem que aproximadamente 60% das matrizes se encontram claudicando no Brasil.

Fatores que favorecem o surgimento de lesões nos casos suínos

  • Condições de alojamento inadequadas: muitos animais em áreas pequenas e ausência de enriquecimento ambiental são determinantes devido às lesões geradas durante e após a mistura de animais;
  • Piso: abrasividade excessiva no chão altera negativamente a condição do casco nos suínos;
  • Fatores sanitários e nutricionais: algumas toxinas, deficiências em vitaminas e minerais podem afetar os ossos, cartilagem articular e qualidade do casco;
  • Outros fatores, como ausência de casqueamento, atrofia muscular por inatividade excessiva ou seleção genética, sem levar em conta os aprumos dos reprodutores, aumentam a probabilidade de desenvolver claudicação.

Consequência da claudicação para os porcos

As consequências da claudicação para o animal compreendem mudanças comportamentais, problemas de saúde e estados emocionais alterados, tudo isso diretamente relacionado com à dor que a claudicação implica e o bem-estar animal.

Traumas, fraturas, lesões do pé, lesões de ossos e cartilagens de nascença são condições que alteram a saúde das matrizes. Consequências comportamentais importantes incluem a redução da interação social e exploratória normal, mudanças no comportamento alimentar e alteração na sequência e tempo para se deitar. Por fim, as implicações fisiológicas encadeiam respostas cardiovasculares e liberação de hormônios do estresse, como adrenalina, noradrenalina e cortisol.

Medidas a serem adotadas no controle das lesões nos cascos

Como medida preventiva, em granjas que mantém as matrizes em celas individuais durante a gestação, tem sido recomendada a pulverização dos cascos com uma solução de formol a 10% e sulfato de cobre a 5%. A pulverização pode ser realizada uma ou duas vezes por semana quando os animais estão em estação. Em geral, devido ao fato de que as lesões nos cascos são mais frequentes nos membros posteriores, os membros anteriores não são tratados através da pulverização.

A principal medida de controle é a eliminação da causa. Neste contexto, são citados: correção das irregularidades do piso, uso de pisos com estruturas uniformes e frestas adequadas à faixa etária e adoção de práticas de higiene e desinfecção. Para o controle e tratamento de claudicações causadas por lesões nos cascos existem várias formulas, sendo que na maioria delas é utilizado, entre outros, a formalina (formol).