Os sons podem ser utilizados como reforço positivo ou negativo para o comportamento animal. Há sons que estimulam os animais a demonstrar comportamentos desejáveis, porém há sons que desencadeiam reações de medo nos animais. Isso está relacionado com a capacidade cognitiva dos suínos.

São considerados ruídos os sons desagradáveis, e som, uma vibração que pode ser ouvida. Os ruídos podem causar estados depressivos em suínos e alterações hormonais, decorrentes do estresse por eles desencadeados.

A utilização do reforço positivo e da capacidade cognitiva dos suínos pode ser exemplificada por trabalhos que desenvolveram um sistema de comedouros para gestação coletiva que chama cada porca pelo nome. Com esse sistema, os autores conseguiram reduzir os comportamentos agonísticos, frequentes neste tipo de instalação.

A música pode ter um efeito relaxante, pois se trata de um som contínuo e rítmico. Ainda pouco se sabe sobre a sua influência em animais de produção, pois os estudos sobre o assunto são ainda muito limitados. Todavia, na pequena quantidade de trabalhos publicados (quando comparados ao estudo de outras frentes do bem-estar animal), já é possível perceber que a música afeta de alguma maneira o comportamento de seres vivos, de uma forma geral.

O uso da música já é utilizado sem critérios em várias propriedades rurais como uma alternativa para melhorar o comportamento e o desempenho das criações. Na prática, produtores relatam frequentemente que, com a utilização da música, os animais ficam mais calmos, assustam-se menos com a movimentação da granja, o que facilita o manejo e, assim, reduzem-se perdas de produtividade. Além disso, esse artifício pode ser utilizado para melhorar o manejo, uma vez que é possível trabalhar a função cognitiva dos animais. Considerando a excelente capacidade cognitiva dos suínos, a música pode funcionar, por exemplo, como um condicionante a determinado manejo (de alimentação, por exemplo).

A musicoterapia, utilizada com mais frequência em humanos, é definida como o uso da música no acompanhamento de terapias, com objetivos de restaurar, manter e promover a saúde mental e física. A música na medicina é mais frequentemente utilizada para influenciar pacientes em estados físicos, mentais e emocionais antes, durante e após a terapia medicamentosa.

Os trabalhos de musicoterapia para suínos, no geral, têm apresentado resultados positivos quanto ao uso dessa prática na produção animal. Um trabalho sobre a exposição de suínos na fase de terminação a dois ritmos musicais (clássico e rock and roll) concluiu que a ingestão diária de matéria seca aumentou quando os animais foram submetidos ao rock. Porém, o ganho de peso foi maior nos tratamentos sem música e com música clássica.

A exposição à música, com a apresentação de brinquedos, aumenta os episódios de brincadeira em leitões na fase pós-desmame, o que constitui um indicador positivo de bem-estar.

Considerando a música uma mistura complexa de notas, tons, amplitudes e harmônicos, há muitos estudos a serem realizados na suinocultura. É necessário pesquisar, por exemplo, qual o melhor ritmo, qual a duração dos episódios musicais e quais os melhores horários de exposição a esses artifícios, para que a música seja considera um enriquecimento e não um desencadeador de estresse para os animais. Ou seja, é importante que a utilização da música para os suínos seja norteada por critérios científicos e não apenas por critérios do bom-senso humano.